Como a professora Joy precisava participar as bancas de projeto final, a reunião do dia 03 de Maio foi feita online. Nessa reunião, começou-se discutindo o gerenciamento e organização das fotos selecionadas para a pesquisa. A professora se queixou que haviam muitas fotos duplicadas ao longo das pastas anuais e que seria necessário desenvolver algum tipo de classificação padronizada para as fotos, preferencialmente com base na data de registro do arquivo. Como o sistema padrão de nomeação automática do computador não possibilitava as especificações desejadas, concluiu-se que a melhor solução seria utilizar o Adobe Bridge.
Foi explicado aos estudantes bolsistas, Julianna e Lito, que o processo original de classificação e publicação das fotos durante o doutorado se resumia nas etapas a seguir. Primeiro, as fotos eram classificadas pelo Adobe Bridge de maneira subjetiva, com palavras-chave (tags) em um estado mais embrionário, como “rua”, “pedestre” e “comércio”. Segundo, analisou-se a incidência dessas tags para determinar quais seriam mantidas e tretadas como classificações oficiais. Por fim, as fotos, agora com as classificações em seus metadados, eram publicadas no Flickr, onde poderiam ser agrupados em múltiplos conglomerados, de acordo com as tags.
Agora, neste novo projeto, está sendo feita uma nova seleção de fotos, começando por um mergulho e curadoria inicial por parte dos bolsistas. Quando a seleção for feita, a intenção é que elas se organizem em grupos seguindo o modelo do doutorado. Posteriormente, será feita uma análise inteligente a partir de inteligência artificial. No entanto, para isso precisa-se descobrir que tipo de informações o algoritmo necessita para perceber as classes de imagens. Não se sabe se será por tags novamente, semelhança de imagens ou outro princípio, como um apresentado por Julianna, utilizando Piton. Essencialmente, o objetivo é fazer com que a IA compreende nossa logica de classificação e a reproduza.
Em seguida, começou-se a analisar as seleções de fotos desenvolvidas pelos bolsistas. Primeiramente, eles relataram o que observaram ao longo do processo: Segundo eles, as micronarrativas são uma coisa muito forte, ao longo da curadoria de imagens, foram percebendo as sutis mudanças em um local ao longo dos anos, como prédios em construção, o que manifesta o processo de transformação da cidade. Segundo a professora Joy, a questão das superfícies também foi uma questão muito relevante para ela durante o doutorado, mas já para os estudantes, o que mais marcou ambos foram as imagens que registravam algo inusitado, como uma lata de lixo ornamentada. A pasta com todas as fotos selecionadas por ambos pode ser acessada a partir do seguinte link: https://drive.google.com/drive/folders/15MyzTqsQxjDbRzMikKVxrSQJO2bE59Jr?usp=sharing
Falaram também sobre o Google Fotos. Esta ferramenta, já mencionada em outras reuniões, permite que o sistema identifique o local onde a foto foi tirada e a posicione no Google Maps. Além disso, a partir de um plug-in do Adobe Bridge, uma função parecida também é oferecida, mas anterior a publicação online.
Pensando em outras propostas e classificações para a pesquisa, Joy e os bolsistas perceberam que talvez o conflito entre gerações e o olhar para a memória afetiva pudessem ser temas interessantes a serem retratados. Um exemplo é a foto representando um caminhão da Nutrella: durante o doutorado, Joy selecionou aquela imagem pois havia um contraste forte entre a comunicação do caminhão com o letreiro do Balada Mix atrás e também porque durante a infância da professora, sua mãe ia no Balada Mix comprar sanduiches sempre que e a professora ficava doente. No entanto, para os bolsistas, o foto foi selecionada porque imediatamente associaram o caminhão a marca Nutella, enquanto Julianna suspeitava que aquela fosse uma verção antiga da marca de creme de avelã, Lito achava que se tratava de uma falsificação da mesma.
Finalizando a reunião, Joy apresentou o Adobe Bridge e suas classificações, bem como a maneira de ajustar os metadados do arquivo fotográfico.